Jorge Coli (Amparo, 1947) é um professor titular em História da Arte e da Cultura, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e colunista do jornal Folha de S. Paulo.

Em 131 páginas, Jorge Coli consegue desvendar o enigma: o que é arte? Quem define o que é ou não artístico?

A primeira impressão é de que se trata de um tema muito complexo pra um livro com poucas páginas. Mas o autor resolve o quebra cabeça com maestria. Com um texto simples e discurso direto, o autor expõe seus ideais através de numerosas frases de efeito, exemplos e citações de diversos autores.

Coli consegue mostrar que o que hoje conhecemos como arte nada mais é do que o que a nossa cultura determinou como artístico. E a cultura faz isso através de instrumentos, entre eles o discurso sobre o objeto artístico, que é elaborado pelo crítico, historiador, perito, etc. São eles que dão o estatuto de arte a um determinado objeto, que pode ser basicamente qualquer coisa, já que até uma tentativa de negar a arte se torna "algo artístico”.

Vai ainda além, mostrando como a arte sobrevive através dos séculos, expondo que o valor (cultural, histórico e até econômico) das obras, em geral, muda com o decorrer dos anos, pois depende diretamente da forma de conceber a arte.

Finalizando, o autor evidencia que no território brasileiro, o acesso a arte é limitado, e acaba se tornando um fator social e econômico. Assim sendo, é necessário “redobrar nosso empenho, nosso interesse, nossa busca” pela arte, pelo acesso à mesma, uma vez que se trata de algo fundamental à nossa cultura que deveria ser mais presente na mesma.

Apesar do livro aparentemente ser dirigido para acadêmicos (graduandos e afins), eu pessoalmente recomendo o livro para alunos no início do ensino médio. O livro faz parte da Coleção Primeiros Passos, da editora brasiliense.